Orixá Xangô na Umbanda

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Orixá Xangô na Umbanda

Orixá Xangô na Umbanda

Xangô é a Divindade que rege o fogo, o trovão, os raios, muito semelhante a Javé, Zeus, Odin e Tupã. Pode, através da sua justiça, dispensar favores, movendo favoravelmente ventos, raios, trovões para nos defender e para ganharmos causas. A sua Lei é como a rocha: dura, justa, cega. XANGÔ é o fogo latente na pedra, e ao mesmo tempo, a própria pedra em que se buscam os seus atributos que são: rigidez, implacabilidade e estabilidade. Isto equivale dizer que: não cede nem à flexão e nem à pressão, julga de forma severa mas sem precipitação e finalmente estabelece a ordem tranquilizadora.

Portanto esta vibração nos adverte que sua presença – a JUSTIÇA – é necessária para que haja a verdadeira estabilidade e fortalecimento na alma, individual e universal. Dono das leis e das escritas, padroeiro dos intelectuais, Xangô é o Orixá da sabedoria, que gera o poder da política, é a ele que recorremos para resolver problemas com papéis, documentos e estudos. Devemos pensar duas vezes antes de batermos a mão, a cabeça e clamarmos por justiça, pois se a nossa demanda for justa ele nos amparará e se não for, aos rigores de sua lei seremos chamados e o seu raio de correção virá para cima de nós mesmos.

Então quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xangô nos esclareça e se estivermos certos, que ele esclareça a outra parte, e se esta não ouvir, então não precisamos nem pedir pois a lei de ação e reação é automática e a justiça de Xangô se cumprirá em nossas vidas. Xangô é o Senhor das Almas, cujo atributo é a sabedoria a fim de exercer a Justiça Divina, aferindo em sua balança todas as almas. Através da manipulação do elemento fogo, Xangô, mais do que fazer cumprir a lei cármica para todos os seres viventes, ilumina o caminho a ser seguido, bem como ajuda a libertar dos grilhões milenares dos enganos que escravizam a consciência.

É sobre esta linha de força espiritual que se agrupam todos os espíritos que coordenam a lei de causa e efeito, decorrente da lei cármica como alicerce do mundo, e se manifestam na forma de caboclos, pretos velhos, boiadeiros, entre outros.

1) XANGÔ KAÔ – É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como Xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.

2) XANGÔ ALAFIM – ECHÊ – Esta legião trabalha nas pedras solitárias dos caminhos ou das matas que servem de assento a viajantes ou caçadores cansados, como que os convidando à meditação que leva à sabedoria na busca de soluções para os impasses da vida. Suas vibrações auxiliam oradores, intelectuais, juristas e juízes pois defendem integralmente a pureza moral. Suas oferendas são realizadas nas pedras solitárias.

3) XANGÔ ALUFAM – Esta legião trabalha nas pedras dos rios, dos mares, cachoeiras, lagos e fontes. Xangô Alufam é considerado o protetor dos pescadores e responsável pela diretriz dos desencarnados, pois possuem as chaves do céu, simbolizando a água e a pedra. Suas oferendas são realizadas em todas as pedras que estejam em contato com a água.

4) XANGÔ AGODÔ – Legião dos caboclos que trabalham nas pedras e que estão dentro dos rios, nos seixos rolados, nas pedras iniciáticas e na pedra batismal. Suas oferendas são realizadas nas pedras dos rios.

5) XANGÔ AGANJÚ – Esta legião trabalha na pedra da cachoeira, simbolizando a harmonia entre o amor e a justiça. Ou entre a esposa Oxum e o marido Xangô, ou ainda a harmonia conjugal, que abençoa a família. Suas oferendas são realizadas na pedra da cachoeira, incluindo uma vela azul escuro ou rosa para Oxum.

6) XANGÔ ABOMI – É a legião de caboclos que trabalham nas montanhas de pedra ou cadeias de montanhas interligadas, serras, etc. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição, quando se perde algo, além de proteger o casamento. Quando se pede a proteção para o casamento, assenta-se uma vela azul claro oferecida a Yemanjá.

7) XANGO DJACUTÁ – É a legião mais conhecida como a do Deus Trovão e Senhor dos Raios, Coriscos e Meteoritos. Djacutá também significa pedra. É o comandante dos caboclos que trabalham na pedra do raio, simbolizando a justiça que vem do alto, ou seja, a justiça cósmica que vem do Deus Criador. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição causadas por injustiças provocadas por outras pessoas, assentando-se uma vela branca oferecida ao Orixá Tempo.

Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação. Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência. O significado do seu nome está na formação da palavra: XA = Senhor, Dirigente; ANGÔ = AG + NO = Fogo Oculto GÔ = Raio, Alma

Portanto, XANGÔ, equivale a SENHOR DO FOGO OCULTO Saudação: Kawó Kabiyécilé ou Caô Cabiecilê que significa “Venham ver o Rei Descer Sobre a Terra!”

Símbolo: Os machados de duplo corte, que significam a alma em busca de equilíbrio e é também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá; A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria de Salomão e representando o equilíbrio entre o céu e a terra, a água e o fogo, o homem e a mulher, ou seja, representa o equilíbrio universal.

Cores: marrom, vermelho, cinza ou ainda o roxo

Instrumento: Oxé, machado de duas lâminas; Xerém, espécie de chocalho que traz em suas mãos representando o despertar dos raios e dos trovões.

Pedra: Pedra do Sol, Agata do Fogo, Jaspe vermelha

Ervas principais: Folhas de alecrim do campo, folhas de limão, folhas de mangueira, folhas da goiabeira, folhas de uva, folhas de beterraba, babosa, guiné, levante, lírio, violeta, folhas da ameixeira.

Ponto de força: alto de uma pedreira ou cachoeira.

OBS: A pedra de Xangô para estar viva, tem que estar com limo, lodosa, pois seca ela morrerá, por essa razão, deve-se manter o OTÁ de Xangô, sempre imerso n’água, acrescentando e não trocando a água.

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